Meniscos

Tipos de Lesões

Anatomia

O joelho é uma articulação complexa que sofre flexão, extensão, rotação lateral e permite movimentos em 7 eixos. Os meniscos são essenciais para a biomecânica normal da articulação do joelho, agindo como lubrificadores, estabilizadores, amortecedores e distribuidores de carga dentro da articulação.

Eles são cunhas semilunares móveis de fibrocartilagem, convexo na superfície femoral e plana no platô tibial. As fibras de colágeno de tecido dissipam as forças de compressão na articulação, reduzindo assim a força direta sobre a cartilagem articular, que cobre as superfícies articulares tíbio-femorais.

Lesões meniscais são associadas ao desgaste progressivo da cartilagem articular e do desenvolvimento de osteoartrite.

Dr. Marcelo Tostes
Dr. Marcelo Tostes
Particularidades dos Meniscos

O menisco medial é semicircular e anexado ao ligamento colateral medial (LCM) do joelho. É muito pouco móvel se comparado ao menisco lateral, deslocando-se somente 2-5 mm para dentro da articulação e, portanto, é mais propenso a lesões. O menisco lateral é mais ou menos circular em forma e move-se 9-11 mm.

Chama a atenção o que chamamos de “anatomia vascular do menisco”: estudos demonstraram que sua periferia é bem irrigada, por isso chamada de “zona vermelha” e sua região central não, recebendo nutrientes por embebição, por isso chamada de “zona branca”.

Quais os sintomas?

As lesões meniscais causam sintomas característicos, como dor bem localizada com períodos de alívio e agravo a determinados movimentos, como agachar e cruzar as pernas, inchaço, e bloqueio (travamento).

E por que dói?

A dor aguda é causada pelo menisco lesionado (“rasgado”) que puxa sobre a cápsula da articulação sinovial bem inervados. Inchaço resulta de inflamação da membrana sinovial e derrame (popular “água no joelho”) por excesso de produção de líquido sinovial.

Abaixo, alguns padrões de lesões meniscais:
Dr. Marcelo Tostes
Dr. Marcelo Tostes
Dr. Marcelo Tostes
Dr. Marcelo Tostes Dr. Marcelo Tostes

Por que ocorrem lesões? Lesões meniscais são muito comuns e podem ser traumáticas agudas como, por exemplo, durante uma luta de jiu-jitsu ou degenerativas.

Lesões traumáticas ocorrem classicamente durante a forças de torção no joelho em pessoas ativas jovens.

A posição clássica é a do joelho flexionado ao extremo como, por exemplo, quando o indivíduo está agachado ou ajoelhado que sofre entorse repentino.

Lesões degenerativas ocorrem como parte do desgaste progressivo em todo o conjunto, mais frequentemente em pacientes acima de 40 anos. Estas lesões são de clivagem, geralmente horizontais, com mínima capacidade de cura.

As lesões podem ser descritas como sendo completas ou incompletas, estáveis ou instáveis e de vários padrões.

Quanto à sua morfologia (figuras acima), podem ser verticais, longitudinais (incluindo “alça de balde”, onde o fragmento rasgado pode bloquear a extensão total da articulação do joelho), oblíqua/bico de papagaio ou “flap” lesões radiais ou horizontais.

A maioria é composta de lesão vertical ou oblíqua (80%). O menisco medial é mais comumente afetado – 75% contra 25% no menisco lateral, 5% dos pacientes terão lesões bilaterais.

Dr. Marcelo Tostes Dr. Marcelo Tostes Dr. Marcelo Tostes Dr. Marcelo Tostes

Alguns tipos de lesões podem provocar uma ação semelhante a válvula dentro da substância do menisco, e isso pode levar à formação de um cisto meniscal, que deve ser tratado da mesma forma, abordando o problema principal que é a lesão do menisco. A chance da formação de um cisto meniscal no menisco lateral é 7x maior que a do menisco medial.

Tratamento O tratamento de uma lesão meniscal dependerá da localização, tamanho, tempo de ocorrência, idade e ligação ao esporte do paciente. O tratamento poderá ser não-cirúrgico (indicado para lesões de aspecto degenerativo), e cirúrgico pela meniscectomia (retirada de parte do menisco) parcial, e ou sutura de menisco.

Historicamente, meniscectomia totais (remoção da maior parte do menisco) foram realizadas, mas hoje sabe-se que isso levou a doença articular degenerativa progressiva e, por isso, apenas o mínimo de menisco agora é ressecado (meniscectomia parcial) para deixar uma borda estável, e, mesmo assim, RARÍSSIMAS VEZES O MENISCO DEVE SER RETIRADO, MESMO QUE UMA MÍNIMA PARTE DO MESMO!

A cirurgia, quando necessária, é realizada por via artroscópica sob anestesia e, muitas vezes, permitindo que o paciente receba alta no mesmo dia.

Dr. Marcelo Tostes

Observe acima uma ilustração comparando um carro com um ou dois pneus de cada lado, quando se retira o menisco é como se diminuísse o número de pneus, aumentando-se a pressão sobre os ossos e cartilagens e levando ao processo de artrose.

Sutura do menisco Classicamente, o reparo meniscal ou sutura meniscal (figura abaixo) é reservado para pacientes jovens, compatíveis com lesões longitudinais, periféricas agudas(< 8 semanas), que se encontram dentro da zona vascular (a chamada zona vermelha em vez de zona branca interior, que não tem um bom fornecimento de sangue).

Existem muitas técnicas para a sutura de menisco e estas dependerão da localização da lesão. As técnicas incluem um procedimento aberto (após o exame artroscópico da articulação) ou artroscópica (‘dentro para fora’), os procedimentos “de fora para dentro‘, e a técnica “all-inside”. A técnica aberta tem sido defendida por alguns autores nas lesões verticais do corno posterior do menisco lateral e medial dentro de 1-2mm da junção menisco sinovial, onde a visualização com o artroscópio é difícil.

Compartilhar:

Saiba mais

Viscossuplementação / Ácido Hialurônico

Acesse

Artrose do Joelho

Acesse

Condromalácia – “Joelho Estalando”

Acesse